Basta ligar a TV em São Paulo para se ter certeza de que vivemos uma guerra civil. Histórias de polícia versus bandidos, tiroteios, assaltos, tráfico, rebeliões, crimes horrendos e muito sangue avermelham a tela em pouco tempo. Não são incomuns as comparações com nações em guerra, como a Colômbia. Não há dúvida de que os índices de violência ainda são bastante altos nos dois países.
Mas, tanto aqui como lá, começam a surgir boas notícias nesse front graças a políticas de desarmamento e estratégias inteligentes e coordenadas que integram polícia, governos e sociedade.
De acordo com o Seade, o índice da capital paulista é impressionante: redução de 40,6% nos homicídios. O principal destaque vai para o Jardim Ângela, que já foi considerado pela ONU como o bairro mais violento do mundo, com uma média de dois assassinatos por dia em 1999. Pois o número de homicídios caiu incríveis 73,3%, e até sexta-feira, 24 de junho, o bairro contabilizava 64 dias sem uma única morte. Seus moradores já não têm tanto medo em sair às ruas e, pouco a pouco, começam a recobrar a auto-estima.A pergunta, então, é: como essas cidades lograram tal êxito? A resposta começa com o desarmamento da população. "Esta é uma solução que não acaba com os conflitos, mas diminui muito a letalidade dos confrontos", afirma Denis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz, de São Paulo.
Outro ponto fundamental é a integração da sociedade civil na solução dos problemas. "Perdemos muito tempo no paradigma impossível segundo o qual só se acaba com a violência por meio de forte repressão policial associada à solução de todos os problemas sociais", argumenta Denis Mizne. "Assim como também está errado acreditar que o Estado é o único responsável pela segurança, com a sociedade civil, especialmente a elite, apenas criticando e pautando as ações dos governos cada vez que um de seus filhos é morto."
Disponível em: http://www.soudapaz.org/Home/tabid/630/BlogDate/2005-06-30
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